quinta-feira, novembro 20, 2008

O QUADRO DE PANO

Oi pessoal, essa semana eu contei para alguns alunos uma historinha... Contei de maneira resumida e adaptada. Não contei em todas as salas... Mas resolvi vir até o blog e colocar a versão completa deste conto tibetano. Sua origem é bem antiga e seu autor é desconhecido.
Espero que gostem! Espero que pensem um pouco sobre ela.

O QUADRO DE PANO
Conto tibetano, autor desconhecido

Era uma vez, em uma região árida no pé das montanhas uma pobre viúva que tinha três filhos. O maior não prestava para grande coisa e tão pouco o segundo. O caçula que era filho carinhoso e trabalhador que sempre procurava ajudar a mãe no que podia. A mãe ficava tecendo o dia todo. Levava seus tecidos prontos para a feira de uma cidade vizinha, recebendo em troca dinheiro suficiente para comprar comida para ela e para os filhos. O caçula costumava catar lenha em uma floresta próxima, enquanto os outros dois irmãos ficavam espreguiçando-se ao sol, esperando que mãe providenciasse comida. Um dia mãe acabou de vender seus brocados um pouco mais cedo que o de costume e foi então dar uma volta pela ferira. Seus olhos pousaram numa linda tela pendurada numa loja. Era um quadro reproduzindo uma montanha parecida com a que havia atrás de sua aldeia. Só que perto dela, em vez de cabanas pobres, havia um grupo de lindas casas limpinhas. Entre elas, a mais bonita, era uma casa de andares, situada no meio de um jardim atravessado por um riacho prateado que formava um pequeno lago no qual se agitavam peixinhos vermelhos. Aves de galinheiro ciscavam aqui e acolá e belas ovelhas brancas pastavam nas ladeiras das montanhas. Campos de milhos dourados se estendiam a perder de vista. Culminando esta tela idílica, havia no topo da montanha, um grande sol de fogo. A mãe ficou pasma com a beleza do quadro e não se cansava de olhá-lo. Tirou todo o dinheiro que tinha no bolso e que acabara de receber pelos próprios tecidos e comprou o quadro. “Só uma vez”, pensava, “não será tão terrível. Na próxima vez comprarei alguma coisa melhor para os meus filhos”. No caminho, parava de vez em quando para desenrolar o quadro e admirá-lo. Como as casas brilhavam! Como o riacho cintilava! Tendo até impressão de que podia sentir o perfume das flores que embelezavam o jardim. Nunca tinha se sentido tão feliz em toda a sua vida.
Em casa, a mãe pendurou o quadro perto da porta. Não conseguia tirar os olhos de lá. Os dois filhos maiores resmungaram e acharam ridículo gastar tanto dinheiro só para comprar um quadro. Mas o caçula declarou: “Gostaria que você tivesse uma casa parecida com a desse quadro, mamãe. Com um jardim igualzinho. Se eu fosse você, teceria um quadro de pano usando esse aqui como modelo. Enquanto você estiver tecendo a casa, as flores, o riacho e as galinhas, você terá a impressão de já ser dona de tudo isso.”
– Não fique pondo essas idéias na cabeça da mamãe! Se ela começar a tecer por prazer onde é que nós vamos encontrar dinheiro pra viver?”
– É claro, se a mamãe quer viver como uma grande dama, que espere pela outra vida.
No entanto, a idéia do filho caçula a seduzia.
– Não temam meus filhos, que eu vá prejudicá-los. Vou tecer à noite e de manhazinha para meu prazer e o resto do dia para alimentá-los. Até agora alimentei vocês e vou continuar fazendo.
Então, ela comprou os fios mais lindos e se pôs a tecer.
A mãe passou um longo ano, sentada, tecendo. De noite acendia uma tocha cuja fumaça provocava lágrimas em seus olhos. Uma a uma, as gotas cristalinas caiam sobre o pano que estava tecendo e ela, as ia incorporando ao quadro. Foi assim que teceu o lago e o riacho, com suas lágrimas. No segundo ano os pobres olhos da mãe estavam tão irritados que até sangravam, e eram lágrimas vermelhas que caiam sobre o brocado. A mãe as ia incorporando ao quadro, tecendo flores vermelhas e o sol, que iluminava o céu. No terceiro ano o quadro estava terminado. Continha tudo o que estava no modelo: uma região cheia de verduras no pé da alta montanha, casinhas que pareciam de prata, campos de milho dourado, jardins com legumes, árvores frutíferas, arbustos floridos, e, na beira da aldeia, no lugar da pobre cabana da mãe, havia uma grande construção, com colunas vermelhas, portas amarelas e telhado azul. Atrás da casa, nas ladeiras verdes da montanha, pastavam ovelhas, búfalos e vacas. Pintinhos amarelos e patinhos brincavam na grama e pássaros cruzavam o céu em vôo rápido. Em primeiro plano havia um jardim cheio de árvores e flores brilhantes e no centro um laguinho com peixinhos vermelhos. Um riacho prateado atravessava os campos de arroz. Atrás da aldeia, havia campos de milho dourado e, bem acima, um sol de cobre que brilhava num céu azul.
A mãe enxugou os olhos avermelhados e exibiu um sorriso de satisfação.
– Venham ver como está bonito, meus filhos!
– Quanto dinheiro dariam por isso, heim. Se você o vendesse... – disse o filho mais velho.
– Por uma coisa assim você poderia ganhar uma bela soma! – completou o do meio.
– A nossa mãe construiu uma casa de seda para nós, vamos contemplá-la! Vivemos nela em pensamento!
– Teci este quadro para o meu prazer e não quero vendê-lo, mas aqui na penumbra não se enxerga muito bem tudo o que há nele. Vamos levá-lo para fora, para a luz do dia.
A mãe pendurou o quadro fora da casa e todas as cores ficaram mais intensas. Lá, à luz do dia, é que se podia ver realmente o quanto era bonito o quadro. Os vizinhos vieram admirá-lo e cada um cumprimentava a mãe que sorria de felicidade. De repente, ela sentiu no rosto a carícia de uma brisa leve. O pano de seda balançou. Um vento mais forte o sacudiu como um tapete do qual se tira o pó, e por fim, ele foi arrancado da porta de onde estava pendurado. Num instante, o quadro saiu voando pelos ares. A mãe deu um grito e desmaiou. Os filhos procuraram por toda redondeza, mas ninguém encontrou o quadro de pano da mãe.
Depois do sumiço, a mãe começou a vagar como uma alma penada. O caçula tentava consolá-la como podia, preparando sopas de gengibre, mas a mãe ia definhando rapidamente. Depois de algum tempo, a mãe falou para o filho mais velho:
– Filho, se você quer que eu viva, vá procurar o meu quadro de pano e o traga de volta. Sem ele é como se eu tivesse perdido uma parte da minha vida.
O filho calçou suas sandálias e saiu em direção ao leste. Andou meses a fio até chegar a um desfiladeiro onde havia uma casinha de pedra. Na frente da casa havia um cavalo esticando pescoço em direção a uns morangos.
– Por que o cavalo não come os morangos? Por que será que ele fica assim esticando o pescoço e de boca aberta?
Ao se aproximar constatou que o cavalo era de pedra. Ficou muito surpreso com isso. Enquanto estava lá, contemplando o cavalo, estarrecido, uma velha sorridente saiu da casa de pedra.
– O que você está procurando, meu filho?
– Eu estou procurando um quadro de pano que nossa mãe teceu. Nele tinha... minha mãe tinha reproduzido um paisagem... uma casa, um riacho, um jardim, aves, o sol, flores... Olha, pra ela fazer este quadro não comemos bem durante anos. Mal ela acabou de tecê-lo, o vento o levou Deus sabe pra onde. Mamãe me pediu para procurá-lo. Por acaso não sabe onde ele está?
– Sim, sei. Foram as fadas da montanha ensolarada que pegaram emprestado o quadro. Querem usá-lo como modelo para tecerem um brocado igualmente bonito.
– Fico feliz em saber para onde dirigir meus passos para reencontrá-lo. A senhora poderia me indicar o caminho da montanha ensolarada? Quero ir logo lá, assim vou ficar tranqüilo.
– É fácil dizer, mas difícil de realizar. Só se pode chegar lá montado neste cavalo aqui.
– Mas este cavalo é de pedra!
– Pouco importa. O cavalo voltará à vida assim que você implantar seus dentes nas gengivas dele, para que ele possa comer os morangos. Se você quiser, eu te ajudo a arrancar seus dentes com aquela pedra. Mas isso não é nada. O cavalo fará você atravessas as chamas de um vulcão e o gelo de uma geleira. E só depois, além do mar, você vai encontrar a montanha ensolarada e as fadas. Agora, se durante o percurso, você suspirar uma vez apenas, as chamas vão reduzi-lo a cinzas. Os pedaços de gelo da geleira vão quebrá-lo todo e as ondas do mar vão afogá-lo.
O filho mais velho recuou dois passos olhando para o caminho por onde tinha vindo.
– Se você não estiver disposto, não se esforce. Melhor voltar para casa. Eu vou lhe dar uma caixinha cheia de moedas de ouro para a sua caminhada.
– A senhora vai me dar, sem mais nem menos, essas moedas? Sem nada em troca?
– Sim! Assim por nada. Ou, se você quiser, para que você coma e não sinta fome.
– Hum... De fato, é verdade. Eu prefiro voltar pra casa. – Pegando as moedas de ouro e sumindo pelo mesmo caminho do qual tinha vindo. – Para uma pessoa apenas essas moedas são suficientes. Mas para quatro, são poucas. É melhor eu ir à cidade do que voltar pra casa. Vou viver como um senhor. – E tomou o caminho que levava à cidade.
Vendo, com o tempo, que o filho mais velho não voltava, um dia a mãe falou para o segundo filho:
– Seu irmão está viajando Deus sabe onde. Sem dúvida se esqueceu de nós. Vá, meu filho, vá ver se encontra meu belo quadro de pano.
O filho do meio calçou suas sandálias e se pôs a caminho. Andou um dia, uma semana, um mês e chegou à casinha de pedra. Viu o cavalo de pedra esticando o pescoço em direção aos morangos. A velha apareceu à porta, perguntando:
– Que bons ventos o trazem por aqui, meu filho?
– Estou procurando um quadro de pano que minha mãe teceu... O vento o levou.
– Seu irmão mais velho já passou por aqui, mas teve medo de reconquistar o quadro de pano, porque teria que atravessar chamas e geleiras montado naquele cavalo.
– Mas é um cavalo de pedra!
– Se você me deixar arrancar seus dentes com uma pedra, para implantá-los no cavalo ele reviverá. Comerá os morangos e poderá levá-lo até as fadas da montanha ensolarada que lhe irão devolver o quadro.
– Há! Era só o que me faltava! Deixar extrair meus dentes! Prefiro voltar pra casa!
– Neste caso, vou lhe dar um cofrezinho cheio de moedas de ouro. Seu irmão também as recebeu.
– Ah... Então foi por isso que meu irmão não voltou pra casa. E fez bem! Aproveitou melhor o seu dinheiro em outro lugar.
Então o irmão do meio pegou a caixinha com as moedas de ouro que lhe oferecia a velha e agradeceu educadamente, pensando em sumir o mais rapidamente de lá e ir direto à cidade.
– Ulula! Agora eu vou aproveitar a vida! Por que eu iria repartir com os meus irmãos?
Ao cabo de um mês a mãe chamou o caçula e lhe disse:
– Filho, me sinto fraca como uma mosca e se não encontrar o meu quadro, creio que não vou resistir por muito tempo mais. Meus dois filhos maiores devem estar passeando quem sabe onde! Sem dúvida se esqueceram de nós. Em você sempre tive mais confiança. Vá a procura de meu quadro!
O filho caçula calçou suas sandálias e partiu. Chegou ao desfiladeiro em frente a casinha de pedra e do cavalo de pedra com a cabeça esticada para os morangos. Na porta da casa se encontrava a velha que parecia esperar por ele. Ela o recebeu dizendo:
– O caminho que leva para o quadro de pano é difícil. Os seus irmãos maiores preferiram receber de mim uma caixinha com moedas de ouro e ir gastá-las na cidade.
– Eu não temo nada! Eu não preciso de ouro! As moedas de ouro não irão devolver a saúde à minha mãe. Mas que devo fazer eu para recuperar o quadro de pano?
A velha explicou ao caçula o caminho que atravessava as chamas e o gelo. Também lhe disse que poderia reanimar o cavalo se arrancasse os próprios dentes e os implantasse na boca do cavalo. Mal acabara de lhe dar esta explicação, o rapaz já tinha apanhado uma pedra, quebrando seus dentes e implantado na boca do cavalo. O cavalo se reanimou, comeu os morangos e o rapaz montou nele partindo imediatamente.
– Não se esqueça: não pode dar nenhum suspiro! Mesmo que as chamas estejam queimando você ou o gelo ferindo seu corpo se não você vai morrer.
Ofegante, o moço cavalgava cada vez mais para o interior do rochedo até chegar a um lugar cheio de chamas que saiam das entranhas da terra. As chamas o queimavam, mas ele não deu nenhum suspiro. Já estava achando que as chamas iriam acabar com ele, quando o cavalo deu um grande salto e eles foram parar num caminho bem estreito e bem sombrio. Incitando depois, de novo, o cavalo, para continuarem a corrida. Andaram assim por muito, muito tempo, até que o rapaz começou a sentir um ar gelado. Ao longe, ouvia-se um barulho estrondoso. Mas uma vez deu uma esporada no cavalo. Corriam como o vento quando de repente o caminho estreito entre as rochas se abriu. O cavalo parou de supetão. O rapaz começou a tremer de frio. Olhando em volta, até onde a vista podia alcançar, só se via gelo. Era uma imensa geleira com enormes icebergs ameaçadores que se chocavam com grande estrondo. Do outro lado da geleira, avistava-se bem longe, uma alta montanha verde.
– É a montanha ensolarada! Rápido cavalo! Estamos quase chegando!
O cavalo, sem hesitar, jogou-se nas ondas geladas. Aquele gelo movediço queimava e feria a pele do cavaleiro, mas o rapaz serrou a boca e não deixou nenhum suspiro escapar de seus lábios. Quando já estava quase se afogando, o cavalo conseguiu alcançar a margem. O bom sol secou as roupas, secou as feridas e, antes que ele pudesse compreender o que se passava, já se encontrava no topo da montanha.
Diante de seus olhos, brilhava um palácio de cristal e, vindos do jardim, ouviam-se risos e cantos de umas jovens. O rapaz entrou pelo portal de honra do pátio e apeou do cavalo. Viu à sua frente um grupo de belas moças ocupadas em tecer um pano. No meio delas encontrava-se o quadro de sua mãe. Ao perceberem o rapaz as moças abandonaram seus teares e vieram ao seu encontro, rindo. Uma delas, bem miudinha, com um vestido vermelho encantou-o particularmente. A seguir, uma bela dama aproximou-se do rapaz. Ela usava um vestido brilhante como os reflexos do sol no mar. Seus cabelos compridos estavam presos por um pente de ouro.
– Sou a rainha das fadas. Nunca ninguém vem aqui. Por que você empreendeu esta viagem tão cheia de perigos?
– Vim a procura do quadro de pano de minha mãe. O vento trouxe-o até vocês e minha mãe ficou doente por causa disso.
– Não foi por mero acaso que o vento levou o quadro de pano de sua mãe, fomos nós que ordenamos que ele fizesse isso. Queríamos nos servir dele como modelo para tecermos também um lindo quadro. Se você puder emprestá-lo por mais esta noite, amanhã poderá levar embora. Enquanto isso você é nosso hospede.
O rapaz parecia viver um sonho. As fadas o rodearam rindo e fizeram com que ele provasse o néctar e a ambrosia, como convém aos imortais. Logo em seguida continuaram seu trabalho. Ficaram tecendo a tarde toda. Ao cair o crepúsculo, suspenderam no teto uma pérola que brilhava na noite para poderem continuar tecendo até meia-noite. O rapaz estava esgotado de tantas emoções e adormeceu sem perceber. Enquanto isso, as fadinhas acabavam, uma após outra, seu trabalho no tear, indo se deitar. Somente a mais jovem ficou acordada, aquela que tinha agradado ao rapaz à primeira vista. Ela ficou olhando o quadro da mãe. Nenhuma fada tinha conseguido tecer um quadro tão lindo como aquele. Nenhum riacho brilhava tanto como aquele que tinha sido tecido com suas lágrimas e, nenhum sol queimava tanto quanto ao que fora tecido com as lágrimas do sangue dela. A jovem olhou o rapaz adormecido e teve uma idéia. Pegou um fio e bordou no quadro da mãe uma fadinha de vestido vermelho, em pé, perto do lago, olhando para os peixes vermelhos.
O rapaz acordou a meia-noite, a sala estava vazia. Só havia lá o quadro tecido por sua mãe. Ficou um pouco admirado e depois pensou:
– Por que esperar até amanhã? Minha mãe está doente e seu estado piora a cada dia.
Enrolou, pois, o pano, colocou o casaco, montou no cavalo e se pôs a caminho. Foi em vão que as ondas do mar lançaram nele os maiores gelos e que as chamas do vulcão tentaram engoli-lo. O rapaz não deu suspiro nenhum e, antes que pudesse se dar conta, estava na frente da casinha de pedra. A velinha já estava espiando sua chegada pela porta.
– Estou feliz de vê-lo de volta, rapaz. Você é um menino bom e valente. Você conseguiu o que queria. Vou devolver-lhe seus dentes.
Retirou os dentes do cavalo e os re-implantou na boca do rapaz. No mesmo instante, o cavalo virou pedra.
– Pegue estas sandálias de pele de cervo. Ao calçá-las você retornará à sua casa no mesmo instante.
O rapaz agradeceu muito a boa velha por sua ajuda, calçou as sandálias de pele de cervo e, sem saber como, foi parar na frente da casa onde tinha nascido. Uma vizinha aproximou-se ao vê-lo chegar. De cabeça baixa, disse a ele:
– É bom que você tenha voltado, ninguém sabe o que vai acontecer com a sua mãe. Não sai mais de casa e enxerga cada vez menos.
O rapaz entrou correndo em casa, gritando:
– Olhe mamãe! Olhe logo! – E mostrou o pano que tinha guardado em baixo do seu casaco. O quarto se iluminou todo quando ele desenrolou o brocado.
Mas a mãe não respondia. Desesperado, o rapaz a procurou pela casa até vê-la, deitada no chão. Abraçou muito forte seu corpo, deitou-a na cama e chorando, olhou para o quadro de pano. Nesse momento, como por mágica, a mãe despertou.
Quando ela percebeu que seu filho tinha trazido seu quadro de volta deu um grito de alegria, no mesmo instante estava curada. Pulou fora da cama, surpresa ao ver as forças lhe voltarem. Olhou para o quadro e, de repente, estava enxergando muito bem. Depois rogou ao filho:
– Leve o quadro para fora, filho, para eu poder vê-lo melhor.
O filho levou o quadro até a luz exterior e o desenrolou. As cores brilhavam. De repente, houve uma ventania e o quadro foi se desenrolando mais longe, cada vez mais longe, até cobrir toda a paisagem em volta. Tão longe quanto se podia enxergar viam-se campos de milho dourado, manadas de ovelhas, nuvens de pintinhos amarelos correndo por todo lado, no meio de patinhos. Um belo jardim atravessado por um riacho e as mais lindas flores. Tudo na natureza era como no quadro. Das casinhas prateadas saiam, agora, os vizinhos maravilhados, não acreditando no milagre.
O filho pegou a mãe pela mão e a levou para o jardim. Foram devagar em direção ao lago, não se cansando de ver tantas maravilhas. De repente, o rapaz parou estupefato, o coração batendo a mil por hora. Perto do lago estava a fadinha miudinha de vestido vermelho a lhe sorrir.
– De onde você vem?
A mocinha pôs-se a rir, piscando os olhos. – Eu me bordei no quadro de sua mãe e você me trouxe junto. Já que o brocado tomou vida, meu lugar também é aqui.
A mãe olhou muito feliz: – Temos agora uma grande casa, com uma filha que me fazia falta!
A fada olhou para o rapaz e se aproximou dela: – Você me aceita como esposo?
Ela respondeu que sim, com um leve sinal de cabeça. Houve uma grande festa de casamento. Além dos vizinhos, a mãe convidou os mendigos da região. Os irmãos maiores souberam de tudo. Já fazia muito tempo que haviam gasto todas as moedas de ouro e, como estavam acostumados a serem alimentados pelos outros, tornaram-se mendigos. Mas, quando chegaram na casa e viram as mudanças que ali aconteceram, tiveram vergonha de suas roupas esfarrapadas e preferiram não entrar. Foram embora, perdendo-se no mundo.
O caçula, ao lado da mulher fada e da mãe viveu feliz por muito tempo, numa região rica e ensolarada. E essa família nunca mais deixou de acreditar nos seus sonhos.

domingo, novembro 02, 2008

Eu quero é FÉRIAS!


Hoje eu estava olhando umas coisas antigas e encontrei essa foto da época do colégio. Eu estava no segundo ano, assim como a maioria de vocês que entram aqui no Blog.
Tinha 16 aninhos, usava aparelho móvel nos dentes... usava uniforme! hehehehe Pois é, no Colégio Humanitas, lá em Piracaia, até hj o pessoal do ensino médio usa uniforme. (Mas eu gostava! Pelo menos não precisava pensar muito de manhã... podia dormir uns 15 minutinhos a mais!)
Nessa foto estou eu, a Vivian (minha amiga desde muito tempo, que até hoje é minha amiga! Ela tb mora aqui em São Paulo... já fizemos teatro juntas e foi minha madrinha de casamento!), do lado dela estão Nádia e Carol (faz anos que não as vejo).
É engraçado pensar nessa época. Essa foto tem 10 anos (foi tirada em outubro de 1998). Eu adorava ir à escola. Era meio rebelde (no sentido "comunista" da coisa), mas era bastante nerd! hehehehehe. Meus amigos dessa época contam que eu era uma aluna daquelas de dar raiva! hehehehe Porque eu estudava pra caramba e reclamava quando tirava nota baixa. Confesso que era assim mesmo. Não acho que era nerd. Eu era falante e sentava no fundão (menos nas aulas do professor Beto de física, pq ele era gato demais! hahahahahaha). Eu era estudiosa sim, mas era estrovertida... Nunca perdi uma balada pra estudar! E... como eu gostava de uma balada nessa época!
Na época do segundo ano eu não queria que as férias chegassem. A turma era ótima, o clima na classe era ótimo... e tinha toda a liberdade de ser "segundo ano". Já não estávamos mais no primeiro e, por isso, já conhecíamos o "esquema" do colégio... e já sabiamos nos virar com as várias regras que existiam! (eu me lembro que, quando cheguei no colégio, no primeiro ano, as meninas que vieram me dar boas vindas - elas já estudavam lá no ensino fundamental - me disseram "Bem vinda ao sistema nazista do humanitas!". Fiquei pasma! Com o tempo percebi o que elas queriam dizer com aquilo. A escola era bem conservadora, rigida... Namorinho pelos corredores... nem pensar!!! Isso significaria uma advertência daquelas de pai ser chamado no colégio e tudo! A gente também não podia ir de chinelo na aula... As outras regras eu nem me lembro... Mas consegui me virar bem com elas). Mas voltando ao assunto de não querer férias... Além dessas coisas, tinha o fato que depois das férias a gente voltaria pra escola e estaríamos no terceiro ano. Temido terceiro ano!!! "O ano".
Mas as férias inevitavelmente chegaram. Aproveitei muito... andei muito de bicicleta (que eu amava, na época), curti a natureza (ô saudade da época que a natureza estava do lado de fora da minha janela), badalei com os amigos, fui em encontros de jovens da igreja (outra coisa que eu amava na época)...
1998, meu segundo ano do ensino médio foi fantástico. Acho que foi o melhor ano da minha adolescencia! Tanta coisa aconteceu! Tive meu primeiro namorado sério (ele era DJ e 6 anos mais velho que eu - era ótimo pq eu e minhas amigas não pagavamos pra ir na "única" balada da cidade); fui pro Chile numa espécie de intercâmbio - relacionado a Igreja... Terminei com esse namorado e arrumei outro hehehehehehe (que era mais novo que eu! Ele era do primeiro ano)... E também terminei com este! (eu era namoradeira! hehehehe). Nossa... tanta coisa!
Espero que vocês estajam aproveitando muito o segundo ano (e vocês que estão no primeiro, lembrem-se de aproveitar muito o ano que vem).
Aproveitem muito estas férias e regarreguem toda a bateria pra 2009, um ano que pode ser muito decisivo na vida da maioria.
Ano que vem faz 10 anos que eu terminei o ensino médio. Dez anos atrás eu não queria que as férias chegassem... Agora eu quero! hehehehehe! Já estou um pouco cansada (não tive férias, praticamente, em julho... Pq como vocês sabem eu sou muito chique e fiquei um mês na Europa batendo perna dentro de museus! hehehehehehee - claro que não só de museus, mas... a maior parte do tempo foi!). Preciso descansar! Ler livros, ver filmes, curtir a natureza e andar de bicicleta!!! (além de agitar um churras de dez anos com a mulecada do Humanitas).
Beijos pra vocês!
Bons estudos!
Boa prova!

PLÍNIO MARCOS

Este é um dos maiores dramaturgos brasileiros, pelo menos na minha opinião. Dono de textos incríveis, cheios de verdade e de coragem.
Seu estilo é naturalista, mesmo estando no século XX... E... que naturalismo!
Depois de ver uma peça de Plínio Marcos não tem como não pensar na realidade.
Autor de peças importantes como "Dois perdidos numa noite suja" que teve duas adaptações pra cinema (a última com a Débora Falabella); "Navalha na carne", que também teve duas adaptações pra cinema...

Site oficial do Plínio Marcos

http://www.pliniomarcos.com/

(entrem no site e "passeiem" por lá. Vale a pena!)


Minha peça preferida é a "Balada de um palhaço".
Ela é linda, linda... me faz pensar muito.

Tem um trecho dela que eu amo e por isso vou mostrar pra vocês:

"Ó ideal, que estás no meu interior,
verdade viva que faz minha alma imortal,
para que tua tendência evolutiva
seja realizada
para que teu nome se afirme pelo trabalho
para que tua revolução
seja manifestada a cada espetáculo.
A cada espetáculo concede-me a idéia criadora
que assim está como ela está
entendida no meu coração
seja entendida no meu corpo.
Ó ideal
preserva dos reflexos da matéria
que eu compreenda que o sofrimento benfeitor
está na origem da minha encarnação.
Livra-me do desespero
e que teu nome seja santificado
pela minha coragem na prova.
Ó ideal
faz com que eu não diferencie
o fracasso do sucesso
e perdoa minha dificuldade de comunicação
assim como eu perdôo os que não tem ouvidos de ouvir
nem olhos de ver.
Ó ideal
Destrói meu orgulho
que poderia afastar-me da tua luz-guia.
Nutre meu devotamento
porque és, ó ideal,
a realeza, o equilíbrio,
a força da minha intuição".

Um vídeo sobre os 70 anos de Plínio Marcos (ah, ele faria 70 anos em 2005).




PRA VER PLÍNIO MARCOS:

HOMENS DE PAPEL
Um grupo de catadores de papel que fomenta uma revolta contra o comprador do papel coletado que rouba no peso e no preço.
Com Grupo Chão de Teatro. Dir. Sérgio Audi. (70min).
Tusp. (sim... ali na famosa rua Maria Antonia, na frente do Mackensie... palco dos conflitos estudantis na época da ditadura!)
Sex e sab, 19h; dom, 18h. R$20. 16 anos.

Beijão pra todos!

sábado, novembro 01, 2008

A capa do TROPICÁLIA

Oi gente

aqui estão algumas informações sobre a capa do disco TROPICÁLIA (pesquisei e aqui está a verdade verdadeira!)



A capa foi realizada em São Paulo (e não em Curitiba como alguns alunos pensaram!) na casa do fotógrafo Oliver Perroy que fazia trabalhos para a Editora Abril e a sua criação foi coletiva, todos davam sua opinião e no final um resultado característico daqueles tempos de "underground" a la Andy Warrol, com pitadas tropicalistas tupiniquins.

Tom Zé está de terno e a valise;

O maestro Rogério Duprat com um penico nas mãos, segurando como se fosse uma xícara.

Gilberto Gil com o retrato de formatura do curso normal de Capinan;

Gal Costa de saia, com um penteado caipira;

A seriedade dos Mutantes mostrando suas guitarras (menos Rita Lee que mostra o contraste de seus cabelos ruivos com a blusa verde);

Torquato Neto de boina e pose relaxada;

Caetano com um rosto solitário, segurando o retrato de Nara Leão que não pode aparecer no dia da foto.


Músicas:

01- Miserere nóbis
(Gilberto Gil/Capinan)
Gilberto Gil
02- Coração materno
(Vicente Celestino)
Caetano Veloso
03- Panis et circenses
(Gilberto Gil/Caetano Veloso)
Os Mutantes
04- Lindonéia
(Caetano Veloso)
Nara Leão
05- Parque industrial
(Tom Zé)
Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Os Mutantes
06- Geléia geral
(Gilberto Gil/Torquato Neto)
Gilberto Gil
07- Baby
(Caetano Veloso)
Gal Costa e Caetano Veloso
08- Três caravelas
(A. Algueiró Jr./G. Moreau/ Versão João de Barro)
Caetano Veloso e Gilberto Gil
09- Enquanto seu lobo não vem
(Caetano Veloso)
Caetano Veloso
10- Mamãe, coragem
(Caetano Veloso/Torquato Neto)
Gal Costa
11- Bat macumba
(Gilberto Gil/Caetano Veloso)
Gilberto Gil
12- Hino ao Senhor do Bonfim
(João Antonio Wanderley)
Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Os Mutantes


A música TROPICÁLIA, ficou fora do disco.

sexta-feira, outubro 31, 2008

FESTIVAIS DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA

Aqui estão alguns videos com canções dos Festivais da Música Popular Brasileira.

ARRASTÃO (Edu Lobo) - campeã do festival de 1965 com a interpretação de Elis Regina (linda!!!)



A BANDA(Chico Buarque) - Campeã do festival de 1966



DISPARADA (Geraldo Vandré) - Festival de 1966 (campeã tb)



PONTEIO - campeã de 1967



DOMINGO NO PARQUE - Gilberto Gil - 2º lugar 1967



RODA VIVA - Chico Buarque - 3º lugar 1967



ALEGRIA, ALEGRIA - Caetano Veloso - 4º lugar 1967

Utilidade 2

Oi pessoal

Vim até aqui pra colocar uns links, imagens e vídeos interessantíssimos!!!!!

Vale a pena dar uma olhada! Tem tudo a ver com a aula!

Tropicália (este é um clipe do grupo TANTRA). Vale demais a pena ver!!!
O legal é que eles misturam de tudo!!!
E ver o Zé Celso de Carmem Miranda no fim é impagável!!!! (sim, o do Oficina). ALém disso... procurem as obras do Hélio Oiticica e da Ligia Clark!!!





Esse outro aqui é uma espécie de especial sobre a tropicália que passou na tv. Vale a pena ver!!!
Atenção: lá eles relacionam um pouquinho com a ditadura militar. É importante que vocês se lembrem daquela história que eu falei que, eles, antes de partir pra luta queriam conhecer o Brasil e refletir. Não disse que eles não agiram! Mas eram BEM diferentes da galera das músicas de protesto.

quinta-feira, outubro 30, 2008

Utilidade


Queridos

Algumas coisas que foram vistas esses dias... podem ajudar!


Um breve histórico da música brasileira:


Cinema Novo:


Cia. Cinematográfica Vera Cruz:


Prometo que até domingo eu coloco aqui alguns textos corridos sobre os anos 60 pra facilitar a vida de todos!


PS.: A imagem acima ("seja marginal, seja herói") é do Hélio Oiticica.
Calma... não tô falando que vocês devem ser "marginais"... isso, na verdade, é uma discussão que ele propõe. Primeiro, o que é ser marginal? (Não é ser vandalo, bagunceiro) Ser marginal é estar a margem, é estar excluído... É estar na margem e não no meio. E, viver assim não é fácil. Tem que ser muito herói pra vencer os obstáculos.
Beijocas pra todos!

terça-feira, outubro 21, 2008

Boa Noite!

Bom pessoal

Estava morrendo de sono e fui dormir.
Espero que as coisas por aqui tenham ajudado.

Bjão pra todos!

Boa prova

BOA PROVA!

Outra prova! A última do ano (tá... tem a PF).
O ano está acabando.
Estou muito feliz por tudo, sabe. Muito feliz por ter conhecido vocês, por ter passado por tantas... muitas risadas, algumas broncas, algumas surpresas boas, algumas decepções... até chorar eu chorei. Mas o saldo é positivo.
Espero que vocês se lembrem de mim e das coisas que vimos e conversamos durante o ano. Espero que eu tenha conseguido plantar alguma sementinha... que vocês passem a ver as coisas com outros olhos, que consigam perceber a magia da arte e sua importância na vida das pessoas (e quem sabe, na sua!)
Como estou bastante ocupada corrigindo provas, não vou escrever outro post sobre o TBC - aqui está o link para um texto que já tinha no blog:

http://prosalunos.blogspot.com/search?q=tbc

Queria aproveitar este post pra agradecer o carinho daqueles que ficaram do meu lado na história do "anônimo". Saibam que se estou aqui hoje é por vocês! Obrigada!!!!

Contem comigo sempre que precisarem!
(nossa... já estou em clima de despedida! Também... o ano já está acabando e eu sei que vocês só entram aqui na véspera da prova!)

Beijão pra todos! Até pro "anônimo"! hehehehehehe

NELSON RODRIGUES

Nossa... como eu queria ter tido tempo pra falar mais de Nelson Rodrigues!!!
Bom, paciência... são tão poucas aulas e tantos assuntos!!! E tantas coisas apaixonantes (pelo menos pra mim!!!).

O que é necessário saber sobre Nelson Rodrigues para a prova e para um eventual vestibular (pq... sim!!! às vezes ele está presente nos vestibulares!): VESTIDO DE NOIVA.

É importante saber que esta peça foi o marco do teatro moderno no Brasil. Foi uma revolução nos palcos!
Em Vestido de Noiva, Nelson Rodrigues sugere insuspeitas perversões psicológicas, a traição entre irmãs e o apelo da vida mundana sobre a fantasia feminina. O desejo de matar o outro, de se vingar, de se aventurar sexualmente é explorado pelos personagens. Ele cria um artifício dividindo a ação em três planos – a memória, o coma e a realidade – permitindo ao espectador acessar toda a complexidade da psique da personagem central.

A famosa encenação foi realizada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 1943, com a encenação do polonês Zbigniew Ziembinski (ok, lembrar só de "Ziembinski" já tá bom! hehehehe) com o grupo de teatro amador "Os Comediantes".

ALGUMAS FRASES "ÓTIMAS" DO NELSON RODRIGUES

"O brasileiro não está preparado para ser "o maior do mundo" em coisa nenhuma. Ser "o maior do mundo" em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade."

"A mais tola das virtudes é a idade. Que significa ter quinze, dezessete, dezoito ou vinte anos? Há pulhas, há imbecis, há santos, há gênios de todas as idades."

"Invejo a burrice, porque é eterna."

"Nem todas mulheres gostam de apanhar, só as normais."

"Todo amor é eterno. Se não é eterno, não era amor."

"Só o rosto é indecente. Do pescoço para baixo, podia-se andar nu."

"Os homens mentiriam menos se as mulheres fizessem menos perguntas."

"Toda unanimidade é burra."

"Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura, é realmente, minha ótica ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico."

Esse cara é um dos nossos maiores dramaturgos. Provavelmente é o mais conhecido, o mais lido e o mais encenado.
Ele venceu uma eleição da revista "istoé" sobre personalidade do século. Levou o título de personalidade do teatro.

Esse é o link da revista. Tem um pouquinho sobre a vida dele, vale a pena conhecê-lo melhor.

http://www.terra.com.br/istoe/biblioteca/brasileiro/artes_cenicas/cenicas5.htm

Algumas de suas peças:

A mulher sem pecado
Vestido de noiva
Valsa nº 6
Viúva, porém honesta
Anti-Nelson Rodrigues
Álbum de família
Anjo negro
Senhora dos afogados
A falecida
Boca de ouro
O beijo no asfalto
A Serpente
etc...

EM CARTAZ

ÁLBUM DE FAMÍLIA de Nelson Rodrigues. Drama. A história de uma família que vista de longe é uma família feliz. Com Joice Hilário, Tom Rocha, Raissa Sapienza, entre outros. Dir. Edu Rodrigues. (100min). Espaço dos Satyros I. Dom, 20h30. R$20. 14 anos.

A SERPENTE de Nelson Rodrigues. A tragédia de uma família. Com Bia Kobal, Danilo Santos, Ruth Melchior, Vinicius Cruz e Vivi Terci. Dir. Thiago Reis Vasconcelos. (60min). Espaço Cultural Pyndorama. Sab, 20h; dom, 19h. R$20. 14 anos.



UMA DICA PARA A PROVA E PARA CONHECER MELHOR O T
EATRO BRASILEIRO:
O Itaú Cultural tem uma ótima enciclopédia virtual de arte.
Aqui está o link da de Teatro:
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_teatro/index.cfm

Lá tem várias coisas, é só procurar! Tem várias coisas sobre os grupos mais importantes da história aqui do Brasil, sobre os principais espetáculos e os grandes nomes também (diretores, atores).

Eles também tem sobre Artes Visuais:
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?CFID=7157538&CFTOKEN=90202448

e literatura:
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_lit/index.cfm?CFID=7157538&CFTOKEN=90202448

(Os textos são bons e confiáveis!! É que tem muito aluno que vive consultando a wikipédia e lá tem muuuuuuuitos erros! Tomem cuidado! A de literatura sobretudo usem bastante!!! Pode ajudá-los muito nas aulas e pra estudar pro vestibular).

Origens / Martins Pena

Vou colocar os "posts" aos poucos, ok.

Beijocas!

TEATRO BRASILEIRO – ORIGENS

O teatro durante o período colonial tinha fins didáticos e catequéticos. As primeiras representações aconteceram quando os jesuítas chegaram para catequizar os índios. As apresentações eram realizadas tanto pelos padres como pelos índios. O principal autor dessa época é o Padre José de Anchieta.

MARTINS PENA

Martins Pena foi o precursor da Comédia de Costumes no Brasil.
Ele é autor de “O noviço”, “Juiz de paz na roça”, “Quem casa quer casa”, “As desgraças de uma criança”, etc
É importante lembrar que ele (ou melhor, seus textos) por um grande avanço do teatro brasileiro.
Entre suas características estão a linguagem coloquial, o seu extraordinário estilo cômico e a sátira, usada para censurar, entre outras coisas, a hipocrisia da Igreja e os abusos políticos.

Graças à suas comédias de costumes, Martins Pena conseguiu grande popularidade não só no período em que viveu, mas também nos dias atuais, pois sua obras ainda são muito representadas e continuam fazendo sucesso.
Entre seus personagens estão as pessoas simples da roça e a gente comum das cidades. Destacam-se os seguintes "tipos": juizes, profissionais da época, malandros, estrangeiros, falsos cultos etc.
O tema das peças gira em torno de casamentos, heranças, dívidas, festas da cidade e da roça, pequenas intrigas domésticas etc. Esses temas, por serem cotidianos, agradaram em demasia o público.
Por tudo isso suas comédias são "de OS COSTUMES".

CURIOSIDADE:
Martins Pena é o patrono da Cadeira n. 29 da Academia Brasileira de Letras

domingo, outubro 19, 2008

Primeira ajuda pra prova

Oi pessoal

Eu vou colocar uns textos aqui no blog pra ajudar vocês.

Como sabem, os comentários serão analisados antes de serem publicados! Pois é! Acabou a farra do senhor "anônimo".

Já tem alguns textos que foram usados pelos alunos do ano passado:

TEATRO DE ARENA
http://prosalunos.blogspot.com/2007/09/o-arena.html

TEATRO OFICINA
http://prosalunos.blogspot.com/2007/09/teatro-oficina.html

São textos (e não esqueminhas!)

Depois eu coloco mais coisas.

Grande abraço!!!

sexta-feira, agosto 29, 2008

PROVA SEGUNDO ANO EA213

Está será a terceira prova de vocês (do segundo ano, esse ano... sem contar as "recs" para aqueles que não se deram bem!), e dessa vez vou fazer uma micro revisão, ok!?

Bom, em primeiro lugar a matéria da prova é:

MODERNISMO - SEGUNDA GERAÇÃO
http://prosalunos.blogspot.com/2008/08/segunda-gerao-modernista.html

ARQUITETURA MODERNA


ARTE CONTEMPORÂNEA



É bom lembrar que o blog não é tudo... prestar atenção nas aulas é FUNDAMENTAL!


Também gostaria de ressaltar sobre o trabalho:

Coloquei os links no seguinte post:



Gostaria de ressaltar que, por causa dos comentários "nada a ver" da última prova, que eu apagarei sem ler qualquer comentário de "anônimos". Se vc quer tirar dúvidas, deixe seu nome e a sua sala (pra eu saber quem é). Vale comentar, vale opinar... mas por favor, sejamos honestos e transparentes: não respeito aqueles que não se mostram. Combinado?!


Espero que seja útil!

Espero que vocês estudem!!

Espero que vocês curtam ARTE!


Bjão a todos!!!
PS.: Uma imagem só pra alegrar o post

As origens do Teatro



A História do Teatro Ocidental começa aos pés da Acrópole, em Atenas, sob o luminoso céu da Grécia.

Suas origens encontram-se nos rituais báquicos, em homenagem a Dioniso, o deus do vinho, da vegetação e do crescimento, da procriação e da vida exuberante. Os festivais rurais da prensagem da uva (para o vinho), em dezembro, e as festas das flores de Atenas, em fevereiro e março, eram dedicados a ele. As orgias desenfreadas e as canções proclamadas pelos ditirambos honravam-no. Mais tarde, quando destes ritos se desenvolveu a tragédia e a comédia, Dioniso se tornou o "deus do teatro".

TEATRO --> Obra de arte social e comunal, composta por:


ATOR

PÚBLICO

AÇÃO

ESPAÇO CÊNICO


O teatro consiste na ação do ator, no espaço cênico, para o público, portanto não existe teatro sem um desses elementos.

THEATRON:

Palavra grega que designa o lugar de onde se vê o espetáculo, o espaço dos espectadores. Só depois o teatro será concebido como o edifício inteiro, e ainda mais tarde, como a linguagem em si.




Os estilos clássicos do teatro (os primeiros e aqueles que deram origem a todos os outros) são:

TRAGÉDIA: (do grego tragoedia = canto do bode - relacionado ao sacrifício aos deuses pelos gregos)

Segundo Aristóteles é a imitação de uma ação de caráter elevado e completo (deuses, reis, heróis e pessoas nobres). A tragédia é "uma representação imitadora de uma ação séria, concreta, de certa grandeza, representada, e não narrada, por atores em linguagem elegante, empregando um estilo diferente para cada uma das partes, e que, por meio da compaixão e do horror provoca o desencadeamento liberador de tais afetos."


COMÉDIA: (dp grego comoedia = canto dos comuns, festa popular)

Apresenta fatos relacionados às pessoas comuns, do povo. Por esse motivo a comédia épassivel ao riso. Na Comédia há a identificado com a limitação de homens inferiores; não, todavia, quanto a toda a espécie de vícios, mas só quanto àquela parte do torpe que é o ridículo. O ridículo é apenas certo defeito, torpeza anódina e inocente; que bem o demonstra, por exemplo, a máscara cómica que, sendo feia e disforme não tem expressão de dor.

OS GRANDES AUTORES GREGOS (e seus principais textos)


TRAGÉDIAS:


ÉSQUILO

Os Persas
Prometeu Acorrentado


SÓFOCLES

Édipo Rei
Antigona


EURÍPEDES

Medéia
As Bacantes

COMÉDIAS:

ARISTÓFANES

As núvens
A greve do sexo

Arquitetura Moderna no Brasil

Sobre a arquitetura moderna brasileira escolhi comentar sobre dois grandes arquitetos, super importantes para o desenvolvimento dessa linguagem.

Oscar Niemeyer

http://www.niemeyer.org.br/

“Não é o ângulo reto que me atraia.
Nem a linha reta, dura, inflexível,
criada pelo homem.
O que me atrai é a curva livre e sensual.
A curva que encontro nas montanhas
do meu país,
no curso sinuoso dos seus rios,
nas ondas do mar,
nas núvens do céu,
no corpo da mulher preferida.
De curvas é feito todo o Universo.
O Universo curvo de Einstein”
(Oscar Niemeyer)

Algumas de suas principais obras:

Conjunto do Ibirapuera - São Paulo SP


Edifício Copan - São Paulo SP



Conjunto da Pampulha - Belho Horizonte MG



Conjunto de Brasília - Brasília DF







Outra arquiteta muito importante é a italiana Lina Bo Bardi



Sua obra mais conhecida é o prédio do MASP, em São Paulo.




Também é responsável por outras obras como:

Prédio do Teatro Oficina, na Rua Jaceguai


e o SESC Pompéia

Arte Contemporânea Brasileira

Pós Modernidade no Brasil (principais artistas)
HÉLIO OITICICA
Parangolé
São capas, estandartes, bandeiras para serem vestidas ou carregadas pelo participante de um happening. As capas são feitas com panos coloridos (que podem levar reproduções de palavras e fotos) interligados, revelados apenas quando a pessoa se movimenta. Tendo uma sensação de expansão, ao vestir um Parangolé, o espectador passa a fazer parte da obra e de sua criação. É uma experiência sensorial cujos movimentos daquele que o veste revelam novas características de tal manifestação artística.




O Grande Núcleo

É uma instalação composta por três partes – pequenos núcleos. A Instalação é um fazer artístico dos mais relevantes no panorama das artes no século XX e início do XXI. Como boa parte da produção artística contemporânea a Instalação não permite rotulação única, por seu princípio experimental. O conceito, a intenção do artista ao formular seu trabalho é em grande parte a essência da própria obra, na medida em que a instalação emerge no contexto da Arte Conceitural. Instalação, enquanto poética artística permite uma grande possibilidade de suportes, a gama variada de possibilidades. Esta abertura de formatos e meios faz com que esta modalidade se situe de forma totalmente confortável na produção artística contemporânea, já que a Arte Contemporânea tem como característica o questionamento do próprio espaço e do tempo.




LYGIA CLARK

A Série Bichos

Construções metálicas geométricas que se articulavam por meio de dobradiças e requeriam a co-participação do espectador. Com os BICHOS, revolucionou o antigo conceito de que as obras de arte eram feitas apenas para a contemplação passiva e deu início à elaboração de uma arte inteiramente ligada à manipulação e à participação efetiva do espectador. Foram os BICHOS, que inspiraram Gullar a elaborar a Teoria do não-objeto, para definir obras que "não são quadros nem esculturas nem objetos utilitários" e que se realizam fora de toda convenção artística.




As Máscaras Sensoriais

Essas obras propõem uma experiência solitária. Na verdade, uma busca pelo autoconhecimento. Não há, aqui, o contato com o outro, mas com seu próprio eu. Confeccionadas em cores diferentes, em cada uma a artista usou materiais deferentes em busca de sensações particulares. No lugar dos olhos foram feitos orifícios e neles costuramos vários materiais diferentes: na altura do nariz ficam saquinhos de sementes e ervas diversas, cada uma com seu cheiro característico; já perto do ouvido estão objetos que provocam sons e que estão integrados com as demais sensorialidades presentes nas máscaras.Quando o espectador coloca a máscara, ele entra em isolamento absoluto com o exterior. Ele está sozinho no próprio mundo, isto é, no seu próprio corpo. Os cheiros, os sons e a visão estão aguçados e, ao mesmo tempo, concentrados e dominados pelos estímulos da máscara que está sendo vestida. Neste caso, já não há necessariamente um aspecto plástico a partir da adesão do participante, mas uma viagem interior e muito pessoal.




A Segunda Geração Modernista:

Artistas e movimentos após a Semana de 22

Cícero Dias - Artista brasileiro de grande renome internacional, combina as mais genuínas tradições pernambucanas com a essência universal da arte. Sempre adotando posições vanguardistas, aproxima-se do surrealismo e é um dos pioneiros do abstracionismos.


Ismael Nery - Foi um dos nossos primeiros e mais representativos pintores ligados ao surrealismo, movimento que busca sua temática no inconsciente, nos sonhos, nos delítios. Em sua obra sobressai a presença da imaginação criativa.






Oswaldo Goeldi - Seu trabalho em xilogravura, litografia, desenho e aquarela destaca-se no panorama da arte brasileira. Sua obra retrata de forma crítica os aspectos da injustiça social do Brasil: a morte, a pobreza, os subúrbios e a solidão.



Núcleo Bernardelli

Em 1931, foi formado no Rio de Janeiro um grupo de jovens artistas que não aceitavam mais os princípios tradicionalistas que predominavam no ensino da arte. Apesar de ter sido renovador, apresentou um aspecto menos radical do Modernismo. Faziam parte desse grupo:


José Pancetti - Foi marinheiro e, mais tarde, ingressou no Núcelo Bernardelli. Dedicou-se aos retratos de desenvolveu temas de paisagens urbanas e marinhas.




Milton da Costa - Um dos mais radicais do Núcleo Berdardelli. Suas pinturas o aproximam do Construtivismo e do Cubismo.





Grupo Santa Helena

O aprendizado autodidata ou em ateliês coletivos, o ganho da vida por meio de ocupações extra-artísticas, ou nas artes ‘aplicadas’ são traços de carreira de boa parte dos pintores e escultores que começaram nos anos trinta e que não provinham de famílias de posses.


Alfredo Volpi - na sua juventude teve várias profissões: foi carpinteiro, encanador e pintor de paredes. Sua pintura desenvolveu-se em direção do domínio da cor. É bastante conhecido por suas "bandeirinhas", mas estas não recebem tratamento naturalista, sendo que alguns deles beiram ao construtivismo.




Francisco Rebolo - antes de ser artista foi jogador de futebol, sendo jogador do corinthians. Troca a carreira de atleta pela pintura, mas no início ganha a vida decorando paredes das casas de pessoas ricas de São Paulo. Suas obras nos fazem lembrar de Cézanne.

segunda-feira, agosto 25, 2008

O Nascimento da Fotografia

No início do século XIX, as descobertas da área de ótica e química convergiram para a produção de uma nova forma de arte: a fotografia.


Em 1826, o químico francês Nicéphore Niépce (1765-1833) fez a primeira imagem fotográfica que sobreviveu:



Louis J. M. Daguerre (1789-1851)

•Antes de se interessar pelo processo fotográfico, Daguerre era pintor.
•Colaborador de Niépce.
•Tirou a primeira fotografia de um ser humano.




William Henry Fox Talbot(1800-1877)

O inglês Talbot aperfeiçoou o processo da fotografia de Daguerre.



FOTOGRAFIA DE VIAGEM: O’Sullivan (1840-1882)



FOTOGRAFIA DE GUERRA: Mathew Brady (1823-1896)




FOTOGRAFIA DOCUMENTAL: Jacob Riis (1849-1914)




FOTOGRAFIA-RETRATO: Nadar (1820-1910)


(Retrato de Julio Verne)


FOTOGRAFIA DE ARTE: Julia Margaret Cameron (1815-1875)


Prova EA113

Olá queridos!

Mais uma prova!!!
Eu não ia colocar isso aqui, fiquei realmente chateada com alguns alunos - e isso me deixou triste. Eu gosto tanto do que faço, procuro mostrar pra vocês mais do que "blá,blá,blá" e decoreba... Tento ser legal, mas ainda assim tem gente que não tá nem ai pra nada. É uma pena!

Mas como tem muitos alunos queridos no primeiro ano, deixei a "manha" de lado e vim, afinal, tenho que me preocupar com aqueles que valem a pena!

A matéria da prova, como comentei em sala é:
(alguns links são de posts bem antigos, mas podem ajudar!)

ROMANTISMO:
http://prosalunos.blogspot.com/2006/08/romantismo.html


REALISMO:
http://prosalunos.blogspot.com/2006/08/realismo.html


IMPRESSIONISMO:
http://prosalunos.blogspot.com/2006/08/impressionismo.html


PÓS-IMPRESSIONISMO:
http://prosalunos.blogspot.com/2006/09/ps-impressionismo.html

Por enquanto isso pode ajudar!
Daqui a pouco eu coloco outro post!

PS.: não vai cair neoclássico não!!

Bjos

quinta-feira, junho 26, 2008

DIVULGANDO ARTISTAS

Gostaria de mostrar pra vocês três artistas... três colegas de vocês (isso mesmo, estudantes do segundo ano).
Fiquei espantada com a qualidade das fotos! Parabéns pessoal!!

Bruno Salveti
http://www.flickr.com/photos/salveti

Algumas fotos do Bruno:




André Lane
Algumas fotos do Adré:




Algumas fotos da Alinne: