sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Revendo a Arte Moderna

Basicamente, o que chamamos de “arte moderna” começa com o impressionismo que inicia de fato a ruptura com a arte acadêmica – claro que sem deixar de lado o caráter figurativo. Se observarmos com atenção a obra “Ponte Japonesa” de Claude Monet, por exemplo, conseguimos perceber que se trata de uma ponte com uma paisagem ao fundo e com flores caídas na água, provavelmente identificando uma manhã de primavera. Porém a imagem não é mimética. Ela represanta uma ponte mas não é uma representação fiel, não é realista (falando em técnica).



Para ficar mais fácil é só comparar duas imagens. A primeira, impressionista, é “A solista de verde” de Degas e a segunda é um detalhe da “Criação de Adão”, de Michelangelo, uma obra clássica - Renascentista. Qual dos dois é mais “realista”? Essa pequena diferença corresponde ao grande passo dado pelo impressionismo.






No século XX nós temos o surgimento das chamadas Vanguardas Históricas que, apesar de não estarem nesse exato momento “à frente”, já estiveram um dia. O termo “vanguarda”, do francês Avant Garde faz referência ao batalhão militar que vai a frente da tropa em ataques durante uma batalha. É por isso que o termo indica aquele ou aquilo que está à frente. Tais vanguardas são os movimentos (“ismos”) da primeira metade do século XX que vêm para romper com o academicismo...

O início dessa ruptura se dá com o Cubismo. Antes disso, movimentos como o Expressionismo e o Fauvismo também se empenhavam em romper barreiras. O primeiro mais na questão interna, com seus dilemas e protestos e o segundo com o uso “selvagem” das cores.














"Mãe Morta", Münch - obra expressionista.





"A Dança", Matisse - obra fauvista.


Picasso, que foi influenciado pelas idéias do pós-impressionista Cézanne – da geometrização da natureza; e que ficou fascinado pela arte africana pintou em 1907 “Les Demoiselles d’Avignon”, um quadro que pode ser considerado um divisor de águas na História da Arte.

Obra de Cézanne - Castelo de Medan (observe as características / formas geometrizadas).



Máscara africana primitiva.



“Les Demoiselles d’Avignon”


Enfim o figurativismo começava a ser quebrado (quase literalmente, já que as formas de Picasso parecem “quebradas”). O início dessa “fase negra”, que foi a mãe do Cubismo abriu as portas para que outros artistas ousassem romper a barreira da figuração. O Abstracionismo surge entre 1910 e 1911 com a tela “Batalha” de Wassily Kandinsky. Em pouco tempo esse movimento de “basta” à arte acadêmica dominou a pintura moderna e tornou-se bastante diversificado. Uma de suas principais tendências ficou conhecida como abstracionismo geométrico, pela organização geométrica e racional das formas e das cores. Um dos mais conhecidos pintores dessa tendência é o holandês Piet Mondrian.



“Batalha”, Wassily Kandinsky (abstracionismo informal)

"Composição", Piet Mondrian (abstracionismo formal / geométrico)



Por hoje é só!! Viva! Viva!

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Boas Vindas 2008!!!

Olá pessoal!

Mais um ano letivo começou. Espero que blog possa ajudá-los não só nas aulas mas a pensar um pouco mais sobre arte.

Gostaria de convidá-los para ver uma peça de teatro de um amigo meu. Como comentei em algumas salas seria bem interessante por ser um texto que fala do Brasil, em linguagem metafórica... bastante interessante para se fazer paralelos sociopolíticos. A encenação é muito interessante - fora dos padrões tradicionais (ou seja, teatro contemporâneo, de vanguarda). Além disso o espaço cênico pertence ao grupo Oficina que é um dos mais importantes no cenârio do teatro brasileiro, com importância internacional - e a construção do espaço é incrível (pra quem curte arquitetura moderna). O prédio foi projetado pela Lina Bo Bardi - um dos principais nomes da arquitetura moderna nacional.


AMADA, MAIS CONHECIDA COMO MULHER E TAMBÉM CHAMADA DE MARIA



Teatro Oficina

Rua Jaceguai, 520 - Bela Vista


(próximo ao teatro Abril - na mesma rua que o teatro Imprensa)


Temporada de 09 a 24 Fev 2008

Sábados: 21h - Domingos: 20h

Ingressos: R$ 10,00 (preço único) ou R$ 3,00 (Poupatempo Metrô Sé ou na Apetesp - Rua Paim, 72 - Bela Vista.


Dramaturgia e encenação: Evill Rebouças.

Elenco: Daniel Ortega, Edu Silva, Leonardo Mussi, Roberta Ninin e Solange Moreno.


Amada é uma pátria-mãe que teve 180 milhões filhos; ora é apenas Maria, mulher comum, casada com Zé, o pedreiro que constrói casas para os outros e a liga para os tijolos vem da terra da pátria e do corpo de seus filhos. Mas, depois de tantos filhos vingados e outros mortos pelas leis da pátria ou pelas próprias mãos de Maria, ela procura Chico, o único que se rebela contra a sua própria história.


O espetáculo tem 80 minutos.
Abraço a todos!
E... viva! viva!