Anita Malfatti nasceu em 1889, em São Paulo. Seu
pai era um italiano católico e mãe americana, de ascendência alemã
protestante. Logo pequena teve contato com a arte, pois sua mãe, que era
uma pessoa muito culta, sempre fez questão disso. Ela mesma introduziu a filha
no universo da pintura.
Um defeito congênito a tornou uma falsa canhota;
trazia sempre um lenço colorido cobrindo a mão direita deformada. Essa
limitação foi marcante para sua personalidade e características
emocionais.
Quando ainda era criança, deitou numa vala
por onde passou um trem só para perder o medo; de olhos fechados, tudo o que
viu foram cores. Acontece, então, a revelação de seu destino: quer ser pintora.
Mais tarde (quando começa suas experiências na arte
moderna) vai experimentar voluntariamente a fome, a cegueira e a sede, buscando
na sensação física a "superação do eu". Era expressionista antes de
saber o que significava o termo.
Depois de ter estudado no Colégio Mackensie e ter
se formado no magistério, uma tragédia assola sua vida: a morte do pai.
A moça precisava arrumar um rumo para sua vida. Por
confiar no seu talento como artista, um tio patrocina seus estudos.
Anita foi para a Europa, passando por Paris, onde
teve contato com os artistas fauvistas, para a Alemanha, onde frequentou, por
três anos, a Academia Real de Berlim. Estudou gravura, desenho e pintura, além
de conhecer os principais mestres do expressionismo alemão.
Foi a seguir para Nova York estudar na Independent
School of Art, experiência marcante em sua obra. Teve contato com artistas e
intelectuais. Anita iniciou uma obra de tendência claramente
expressionista/fauvista, longe dos padrões acadêmicos vigentes até então no
Brasil.
Sua exposição em 1917, em São Paulo, recebeu
crítica ferrenha de Monteiro Lobato. (o artigo também foi postado aqui no
prosalunos)
Anita é considerada precursora do modernismo nas
artes plásticas brasileiras. As obras A Boba, O Homem Amarelo, Estudante Russa
e Torso fazem parte dos trabalhos expostos em 1917, considerados o climax de
sua produção.
Morreu em 1964, em São Paulo.
A boba
Torso
O homem amarelo
A estudante russa