A 30a. Bienal está pra começar. Esse ano o tema é "A iminência das poéticas". Pelo visto será uma bienal incrível.
Apesar da exposição só ser aberta ao público dia 07/09, já estou estudando um pouco sobre os artistas que vão participar e suas poéticas e, procurando entender um pouco das intenções do curador, o venezuelano Luis Pérez Oramas
A 30a. Bienal será norteada por 7 perguntas geradoras, que agregará constelações de artistas. As perguntas são:
O que acontece cada vez que você consente?
O que acontece quando você anda?
Por que guardar?
Quando não há nada, o que vemos?
Uma coisa significa outra coisa quando muda de lugar?
O que acontece quando você festeja?
Como medir a distância que te separa do que você diz?
Pensando sobre as perguntas, sobre as obras e artistas, eu também decidi fazer a minha ação poética. Claro que algumas pessoas podem questionar o quão artístico isso é, mas não me importa. A arte contemporânea vem muito mais da intenção, da experiência, da vontade de fazer alguma coisa... seja pra si ou pro outro.
Não é a primeira vez que faço uma ação poética envolvendo minha mão. Na época da faculdade fiz uma dança (performance?) intitulada "Os trabalhos da mão", inspirada em um texto de Alfredo Bosi. Na verdade a ideia de trabalhar com isso não veio exatamente do texto, mas de um problema de saúde meu exatamente na minha mão direita.
Desde 1996 eu desenvolvi uma espécie de alergia muito séria na minha mão direita. Já fiz muitos tratamentos, usei muitas pomadas e cremes, tomei muitos remédios diferentes e elas ainda continuam aqui (a mão e a alergia). Esse problema já foi um grande problema... me impediu de fazer várias coisas que eu gostava. A dor, o sangue e a vergonha disso me fizeram me afastar de coisas que não queria ter me afastado.
Por exemplo os esportes... nunca pude jogar basquete ou vôlei direito... sempre rasgava a mão, manchava a roupa de sangue... fora a dor que não acabava no final do treino.
Também sempre quis tocar violão, até cheguei a ter um e a fazer aulas... mas era a mesma coisa, as cordas rasgavam minha mão. Cheguei a fazer aulas de piano por um tempo, mas estudar, muitas vezes, fazia com que meus dedos sangrassem... Era comum ver o teclado manchado de vermelho. A dor ficava mas eu insistia. Até que um dia parei (não só por isso, mas por isso também).
O problema fez com que eu tivesse vergonha de tocar as pessoas. Adorava o inverno porque podia usar luvas! Como isso facilitava minha vida!
Nenhum tratamento que fiz deu resultado... melhorou mas não sarou. Uma vez ouvi de uma médica do Hospital das Clínicas que eu teria que conviver com isso pelo resto da minha vida. Às vezes é fácil, às vezes é difícil... Algumas outras são engraçadas...
Sempre exitei em dizer que sou artista. Sempre me denomino arte-educadora, professora de arte... Mas talvez eu seja sim uma artista. Talvez eu realmente tenha dentro de mim uma vontade imensa de colocar algumas coisas pra fora de forma poética. E se quero fazer, é importante que meu tema seja exatamente A MÃO. A minha mão e, por que não mãos de outras pessoas.
Hoje eu começo um projeto artístico. Vou fazer um diário da minha mão. Vou pensar em alguma coisa mais elaborada e depois comento por aqui e pelo facebook... Quem sabe eu volto a usar o twitter pra isso também. Afinal, quero ser contemporânea e a rede pode me ajudar a divulgar o meu trabalho artístico (e meio que terapêutico também! hehehehe).
Apesar da exposição só ser aberta ao público dia 07/09, já estou estudando um pouco sobre os artistas que vão participar e suas poéticas e, procurando entender um pouco das intenções do curador, o venezuelano Luis Pérez Oramas
A 30a. Bienal será norteada por 7 perguntas geradoras, que agregará constelações de artistas. As perguntas são:
O que acontece cada vez que você consente?
O que acontece quando você anda?
Por que guardar?
Quando não há nada, o que vemos?
Uma coisa significa outra coisa quando muda de lugar?
O que acontece quando você festeja?
Como medir a distância que te separa do que você diz?
Pensando sobre as perguntas, sobre as obras e artistas, eu também decidi fazer a minha ação poética. Claro que algumas pessoas podem questionar o quão artístico isso é, mas não me importa. A arte contemporânea vem muito mais da intenção, da experiência, da vontade de fazer alguma coisa... seja pra si ou pro outro.
Não é a primeira vez que faço uma ação poética envolvendo minha mão. Na época da faculdade fiz uma dança (performance?) intitulada "Os trabalhos da mão", inspirada em um texto de Alfredo Bosi. Na verdade a ideia de trabalhar com isso não veio exatamente do texto, mas de um problema de saúde meu exatamente na minha mão direita.
Desde 1996 eu desenvolvi uma espécie de alergia muito séria na minha mão direita. Já fiz muitos tratamentos, usei muitas pomadas e cremes, tomei muitos remédios diferentes e elas ainda continuam aqui (a mão e a alergia). Esse problema já foi um grande problema... me impediu de fazer várias coisas que eu gostava. A dor, o sangue e a vergonha disso me fizeram me afastar de coisas que não queria ter me afastado.
Por exemplo os esportes... nunca pude jogar basquete ou vôlei direito... sempre rasgava a mão, manchava a roupa de sangue... fora a dor que não acabava no final do treino.
Também sempre quis tocar violão, até cheguei a ter um e a fazer aulas... mas era a mesma coisa, as cordas rasgavam minha mão. Cheguei a fazer aulas de piano por um tempo, mas estudar, muitas vezes, fazia com que meus dedos sangrassem... Era comum ver o teclado manchado de vermelho. A dor ficava mas eu insistia. Até que um dia parei (não só por isso, mas por isso também).
O problema fez com que eu tivesse vergonha de tocar as pessoas. Adorava o inverno porque podia usar luvas! Como isso facilitava minha vida!
Nenhum tratamento que fiz deu resultado... melhorou mas não sarou. Uma vez ouvi de uma médica do Hospital das Clínicas que eu teria que conviver com isso pelo resto da minha vida. Às vezes é fácil, às vezes é difícil... Algumas outras são engraçadas...
Sempre exitei em dizer que sou artista. Sempre me denomino arte-educadora, professora de arte... Mas talvez eu seja sim uma artista. Talvez eu realmente tenha dentro de mim uma vontade imensa de colocar algumas coisas pra fora de forma poética. E se quero fazer, é importante que meu tema seja exatamente A MÃO. A minha mão e, por que não mãos de outras pessoas.
Hoje eu começo um projeto artístico. Vou fazer um diário da minha mão. Vou pensar em alguma coisa mais elaborada e depois comento por aqui e pelo facebook... Quem sabe eu volto a usar o twitter pra isso também. Afinal, quero ser contemporânea e a rede pode me ajudar a divulgar o meu trabalho artístico (e meio que terapêutico também! hehehehe).
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